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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bon Vivant















Tem gente que acha que vida de cachorro é difícil. Claro que alimentar-se de ração a vida toda e "Cream cracker" nos dias de glória, não é nada fácil. Mas existem muitos "melhor amigo do homem", que usam Chanel Nº 5, dormem o dia inteiro e comem caviar Beluga no café da manhã. Complicado é a vida do zangão, que vive apertado em uma colmeia melada, enjoado de tanto mel, e em seu único momento de prazer, morre no vôo nupcial, por causa de uma rainha sedentária e obesa.
Mudando mais ou menos de assunto, vida boa é fazer de sua profissão algo muito prazeroso. Imagine só: seu trabalho será viajar pelo mundo em busca de experiências gastronômicas. Deverá apanhar trufas na toscana, acompanhar a produção do melhor jámon do mundo, ser o personagem principal de um banquete no "Plaza Athénée", invadir a cozinha de Alain Passard e por aí vai. 
Pois é, o cargo já tem felizardo: o jornalista e crítico, Josimar Melo. O apresentador mostra que o passaporte pode ser uma boa opção de carteira de trabalho, fazendo com maestria o papel de "O guia", programa exibido pelo National Geographic Channel.

Vale a pena assistir os episódios através do link e alimentar sua alma e sonhos gourmets.
Bon voyage!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Tiradentes

Sinceramente? Muitas vezes determinados lugares não recebem a devida atenção e o merecido valor. Temos estradas com vistas maravilhosas, quase épicas, que passam despercebidas; praças e parques de flora abundante, nunca visitados; regiões cheias de história, esquecidas no passado. O caso "Tiradentes" é ainda mais intrigante. A magia de suas paisagens, o charme de suas construções, sua tradição estampada em cada esquina, sua gastronomia diferenciada, isso e muito mais, fazem de lá um destino obrigatório. Sua "atmosfera" envolvente e acolhedora, deveria ser descoberta e desvendada principalmente por nós mineiros e não só, praticamente, por belgas famintos, americanos cheios de protetor solar e paulistas na contra-mão. Afinal, distância não é parâmetro proporcional a beleza.

Duas sugestões:

Viradas do Largo: O santuário da comida mineira. A horta, o sotaque dos garçons, os bancos de madeira, o "jeitim" carinhoso da chef Beth Beltrão, a pimenta da casa, a precisão nos tempero e a apresentação dos pratos garantirão momentos inesquecíveis. Eleito por diversas vezes como o melhor restaurante regional do Brasil (Guia 4 Rodas), o estabelecimento faz jus aos títulos e ainda surpreende do início ao fim. No cardápio, iguarias mineiras feitas a perfeição. Não deixe de pedir bolinhos de arroz, feijão tropeiro com costelinha e lombo, além de uma das deliciosas sobremesas. Parada obrigatória!

Rua do Moinho, 11. Tiradentes - MG. Tel.: (32) 3355-1111; (32) 3355.1110.
De quarta a segunda-feira, das 12h às 22h.


Tragaluz: A casa transpira o orgulho de ser mineiro. Sua cozinha de influências internacionais, flerta com ingredientes da região, resultando em um cardápio criativo e atraente. A galinha d'angola atua como protagonista, fazendo seu grande papel em um risotto com pupunha. Para os mais clássicos, a casa oferece pratos tradicionais, como carpaccio, steak au poivre e algumas massas. Para sobremesa, até o New York Times já deixou claro: Goiabada grelhada em crosta de castanha de cajú, sobre calda de catupiry, acompanhada de sorvete de goiaba (foto). O ambiente a luz de velas, é aconhegante e proporciona bons momentos para se curtir a dois, com a família ou entre amigos.

Rua Direita, 52. Tiradentes - MG. Tel.: (32) 9968.4837; (32) 3355-1424.
Segunda, quarta e quinta-feira das 19h às 22h30m; sexta e sábado das 19h às 0h30m; domingo das 19h às 22h30m.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A oitava arte

A música, a dança, a pintura, a escultura, o teatro e a literatura, representam respectivamente o som, o movimento, a cor, o volume, a representação e a palavra. Por sua vez, o cinema é o conjunto de todas, onde formam o que conhecemos como o "Manifesto das Sete artes". Mas já tem gente querendo aumentar a lista, tentando acrescentar, também, a fotografia, as histórias em quadrinhos, a arte digital e os jogos de computação. Perante isto, até parece que eu não iria incluir a gastronomia na jogada também.
Vejo a arte como uma manifestação, uma percepção, uma idéia, um conjunto de emoções ou simplesmente algo sujeito a interpretações, capaz de envolver os sentidos humanos. Isso nada mais é que gastronomia! Um prato em branco é uma tela em branco e o chef, pode sim ser um artista! Devemos enxergar cada colherada como uma pincelada certeira, que deve estar em harmonia com as demais. É importante saber escolher bem as cores, as formas e os traços - tudo na medida certa. Às vezes, é fundamental a elaboração de vários rascunhos para se chegar a uma obra prima. Quando isto acontece, você vai ser seduzido do início ao fim. 
Alain Ducasse nada mais é que um gênio do romantismo; Ferran Adrià um surrealista - espécie de Dalí da gastronomia; Thomas Keller um expressionista de primeira; Heston Blumenthal é pura Pop Art; Alex Atala, é o responsável por reinventar o barroco e o rococó brasileiro. Temos, também, a riqueza dos artistas de rua, que encantam a todos com os seus quitutes únicos; a galeria de arte, popularmente chamada de "mercado central"; os "restaurantes museus", que expõem a glória de duas décadas na parede, recebendo visitas esporádicas no último domingo do mês. Claro que existe muita coisa abstrata por aí, o que não deixa de ter seu valor. Afinal, como dizia o rock, "They don't know what you're doing. Babe, it must be art.".

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Democracia - O melhor da cidade












A democracia é algo realmente lindo! Que bom que podemos escolher o eliminado do Big Brother e/ou o vencedor do American Idols. O que seria de nós se o resultado do "Ídolos" fosse imposto, sem ao menos pedirem nossa opinião?! Pior ainda, é imaginar uma situação contrária. Imaginem se as eleições para governantes de nosso país fossem facultativas, permitindo escolher entre a escola eleitoral mais próxima ou uma peteca no clube. Diante tanto voto consciente, não seria um absurdo?!

É a partir do principio da democracia, que acontece mais uma vez, uma das eleições mais importantes, influentes e de valor da capital: Encontro Gastrô - O melhor da cidade.
A votação, promovida pela revista Encontro, faz do povo seu jurado, dando voz à aqueles que são as figuras mais importantes para qualquer estabelecimento. Essa abertura nos permite eleger os destaques de Belo Horizonte, promovendo novas ou já consagradas casas.
As categorias que farão de nós críticos, são: melhor bar/happy hour; boteco; carta de cachaças; choperia; bufê de festa; cafeteria; chocolate; guloseima; padaria; sanduíche; sorveteria; bistrô; carne/parilla; carta de vinhos; cozinha contemporânea; cozinha francesa; cozinha italiana; peixe/pescado; bufê de self-service; churrascaria; cozinha light/salada; pizzaria; restaurante de hotel; restaurante tradicional; cantina/trattoria; comida mineira; cozinha do mundo; cozinha portuguesa; japonês; lugar para dançar e lugar para paquerar/divertir. Além destes, na categoria "Profissionais", temos que eleger o melhor chef, o chef revelação, o melhor maître e o melhor sommelier. Por sua vez, o prêmio máximo nos pergunta: Qual o melhor restaurante de Belo Horizonte?

Para deixar seu voto, basta acessar o link.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dia dos namorados

Ah, o dia dos namorados! Sinônimo de restaurantes cheios, com velas coloridas, pétalas de rosas, guardanapos de coração, cupidos dependurados e inúmeros outros "balangandãs" que farão sua noite inesquecível. Isso, quando não for oferecido também, um menu fechado, inspirado no amor: patê campestre com molho paixão, filé de linguado com rosas e o fantástico "vulcano sedução".
Baranguices a parte, é uma data importante, que deve ser comemorada sim; independente se são 2 meses de namoro ou 20 anos de casados. Nada melhor para garantir o sucesso do dia de São Valentim, que um bom restaurante, de ambiente intimista e aconhegante, que ofereça uma gastronomia de ponta e decoração de bom gosto. Seguem sugestões.

Para quem vai comemorar sábado a noite:

Foto: Robson de Oliveira
Taste-Vin: As palavras se tornam poucas para descrever a importância que este restaurante tem para Belo Horizonte. São mais de 20 anos, ilustrados por muita qualidade e compromisso. No cardápio, uma culinária francesa de primeira, de linha tradicional, acrescida com pontuais "toques" do chef Rodrigo Fonseca. Impossível ir e não ficar encantado com a carta de vinhos e os levíssimos soufflés, servidos em diversos sabores, como por exemplo: alho-poró, espinafre com passas e maçã, queijo gruyère e camarão. Brilham também no menu, opções de carnes, peixes, confits, codornas, patos, cordeiros, além de um fabuloso camarão a provençal. Para a sobremesa, os profiteroles farão você querer comemorar o dia dos namorados novamente.

Rua Curitiba, 2105, Lourdes. Belo Horizonte - MG. Tel.: (31) 3292.5423.
De segunda a quinta-feira, das 19:30hs à 0h; Sexta e sábado, das 19h30m à 01h.


Foto: Cristiano Trad/Divulgação
D'artagnan: Em uma casa antiga, de poucas mesas, é ponto ideal para um jantar a dois. O cardápio de influências franco-italianas, tem sempre novidades. Alguns dos destaques ficam por conta do ceviche de atum com maça verde, o mignon de lombo grelhado ao molho de jabuticaba e pimenta-rosa (foto), além do atual prato da Boa Lembrança: nhoque de porcini com molho parmegiano. Talvez, são deles, as sobremesas mais cobiçadas da cidade, que rendem sempre uma vontade de voltar. Destaque para o petit gâteau de doce de leite com sorvete de baunilha. Uma excelente opção!

Rua Tomás Gonzaga, 607, Lourdes. Belo Horizonte - MG. Tel.: (31) 3295.7878.
Terça à quinta-feira das 19h à 0h30m; Sábado das 19h à 1h30m.

Para quem vai comemorar domingo:

Foto: Rafael Wainberg
Bistrô da Matilda: O ambiente é  acolhedor, discreto e intimista. A cozinha, comanda pelo inglês Steve Harrison, que já teve passagem por restaurantes estrelados, como o L'atelier Joel Robuchon em Paris e o Pied à Terre em Londres, oferece um menu eclético, com nítidos traços franco-britânicos. A equipe, super receptiva e atenciosa, oferece excelentes opções de entradas e pratos. Destaque para o fantástico congrio rosa (peixe assado no vermoth, com crosti de ervas, acompanhado de batatas a la boulagère e purê de alho-poró), além de deliosos sorvetes caseiros para a sobremesa. Lugar para voltar sempre!

Quinta avenida, 739, Vale do Sol. Nova Lima - MG. Tel.: (31) 3541-4197.
Quarta e quinta-feira, das 20h à 0h; Sexta-feira das 20h às 2h; Sábado das 12 às 16h e das 20h às 2h, Domingo das 12h às 17h.

Foto: Pedro Motta
Le Bistro: Típico bistrô parisiense, com dois ambientes, sendo uma parte externa rodeada por plantas trepadeiras. É um ponto clássico da capital, frequentado por clientes fiéis, que se vêm encantados com a típica culinária francesa oferecida pela casa. Estamos falando de pratos clássicos, como patê de foie gras, escargot, filé ao molho de mostarda, peito de pato ao molho de laranja, pêra belle héllène, entre outros. O atendimento é sempre atencioso e o ambiente agradável. Excelente pedida.

Rua Montes Claros, 429, Carmo-Sion. Belo Horizonte - MG. 
Tel.: (31) 3281.3359.
Segunda a sexta-feira, das 18h30 à 0h; Sábado das 12h à 0h; Domingo, das 12h às 17h.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Respeitável público

Sempre me vi encantado diante de determinados públicos, muitos é claro, por identificação. Por exemplo, sou um fã dos Beatles, o que me rende excelentes bate-papos ou longas discussões. Não me conformo com o fato do vizinho, por ter uma Gibson e tocar mil notas por minuto, ser achar melhor que o George Harrison. Assim como me espanta, o público composto por inúmeros fãs de véspera, que aparecem de para-quedas em determinados shows. Uma coisa é você ser fã de "Yesterday", outra é ser fã de Paul McCartney. Claro que isso tudo é apenas um ponto de vista, que ao meu ver, deve ser defendido. Mas, não estou aqui para privar ninguém de cantar sua música preferida em alto e bom som e depois, ficar tentando identificar as palavras que saem da boca do cantor, batendo o pé fora do ritmo.
Em se tratando de gastronomia, ao sentar em uma mesa de restaurante, fico extremamente contente e admirado ao observar o público de diversas mesas: turmas de jovens, clientes fiéis, aniversariantes, recém casados, senhores com suas senhoras, curiosos, avós com os netos, famílias reunidas, casais de amigos e, até mesmo, aquela pessoa que está aparentemente sozinha, mas bem acompanhada de si mesma e contente de forma plena. É este o propósito da gastronomia! Ela nos une, eterniza momentos, marca datas de noivado, promove reencontros, bodas de diamante e faz de uma simples noite de terça-feira, algo agradável e único.
Mas, nem tudo são rosas. Há também aqueles que a utilizam como alimento para o ego, exibicionismo ou puro status. Nota-se logo quando chega ao restaurante: Carro importado, provavelmente alugado, discute com o manobrista e pede para exibir o veículo o mais próximo possível da entrada. Se depender dele, o jantar é servido em cima do capô. Dentro do estabelecimento, fala alto e trata o garçom com total desrespeito. Escolhe o vinho pela faixa de preço e, com dificuldades para pronunciar o nome do Château, esquece que a França produz, também, os piores vinhos do mundo. Reclama que o menu não tem foie gras e sugere ao chef incluí-lo, homenageando-o com seu nome. Depois de horas de papo chato e tentativas de enrolar o spaghetti, devolve o prato dizendo que não está "Al dente".
Enfim, é isso que tira o aconchego de qualquer restaurante, ofuscando totalmente seu objetivo inicial. A mesa é um lugar de confraternização e igualdade, não um suporte para Rolex. Devemos tratá-la com respeito e humildade, pois, com certeza ela tem muito a nos ensinar. 
Bon appetit!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Uma folga para o copo Lagoinha

Não vou aqui, fingir de bobo e esconder que o vinho é a bebida mais complexa, harmonizante e prazerosa de todas. Mas sejamos francos: A cerveja merece sim um destaque.
É muito gratificante ver como a curiosidade em descobrir novos sabores, conhecer novas marcas e sair do usual vêm aumentando no país. Hoje são vários os rótulos disponíveis no mercado, vindos de todos os lugares, com diversas características. É um elemento gourmet, capaz de elevar o nível de uma refeição e, até mesmo, de um bom bate-papo.
Especificamente, em Belo Horizonte, o número de apreciadores desta bebida vem aumentando, assim como os estabelecimentos que oferecem uma boa carta. Uma sugestão é assentar, sem hora para ir embora, em uma destas duas opções a seguir e degustar alguns (ou vários) copos.

Foto: Rafael Wainberg/Divulgação
Haus München: Um ponto tradicional da capital mineira, com mais de 40 anos. A casa oferece mais de 300 tipos de cerveja, permitindo um passeio ao redor do mundo. Para acompanhar tantas opções, nada melhor que típicas entradas e pratos germânicos. Um verdadeiro ponto turístico para os amantes da cerveja.


Rua Juiz de fora, 1257, Santo Agostinho. Belo Horizonte - MG. Tel.: (31) 3291.6900.
Segunda a sexta-feira, das 12h às 15h e das 18h à 1h; Sábado e feriados, das 12h à 1h; Domingo das 12h  às 17h.


Foto: Ligia Skowronski
Café Viena Beer: Imbatível. Em minha última visita já eram mais de 500 rótulos de cerveja, vindos de mais de 20 países diferentes, incluindo produções próprias e a lendária belga Deus. O cardápio passeia pelos quatro cantos de forma harmoniosa, trazendo opções para todos os gostos e bolsos. É possível sentar na calçada e bater um papo com o proprietário, Wellerson Paulinelli, que sabe tudo sobre a bebida e garante, sempre, boas sugestões. Da cozinha saem pratos tradicionais da culinária austríaca e alemã, como diversos tipos de salsichas e um delicioso einsben.

Avenida do Contorno, 3968, Funcionários. Belo Horizonte - MG. Tel.: (31) 32219555.
Segunda a quarta feira, das 8h à 1h30m; Quinta a sábado, das 8h até o último cliente.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Gastronomia na televisão

Já conversei bastante sobre esse assunto com diversas pessoas. A conclusão? Várias.
Fico muito contente ao perceber que a procura por programas gastronômicos na televisão vem crescendo e, consequentemente a oferta também. Hoje são vários os apresentadores: chefs estrelados, cozinheiros anônimos, devoradores de insetos, mochileiros, chef querendo ser ator, ator querendo ser chef, tem realmente de tudo. Confesso não ser fã dos mais populares, como o Jamie Oliver e a Nigella. Reconheço o mérito e talento dos dois, além de admirar muito a horta do inglês de alma italiana. Mas não sei, às vezes, fico com medo de um dia cumprimentar a Nigella e sair sujo de chocolate.
Em meio a tanta opção, cabe a cada um escolher os seus programas preferidos e se derramar no sofá.

Duas recomendações:


Anthony Bourdain: Sem reservas: Uma viagem pelo mundo em busca de experiências gastronômicas, seja através de simples comidas de rua ou de restaurantes gabaritados. Se tratando de televisão, a meu ver, o mais interessante.

Discovery Travel & Living - Domingos às 10h e 22h; Segundas às 4h e 8h; Quartas às 18h e 23h; Quintas às 5h e 9h.





Heston's Feasts: Apresentado pelo gênio Heston Blumenthal (do The Fat Duck), onde o chef recria refeições históricas como o banquete medieval de Henrique VIII, a orgia gastronômica romana de Calígula e a comilança de Alice no País das Maravilhas. Vale a pena. 

Fox Life - Domingos às 0h e 22h; Segundas às 23h; Sexta às 0h, 3h e 22h.

É possível, também, assistir a estes programas via a maior invenção do século: Youtube.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ousadia!

Não é a primeira vez que me pergunto isto: Quem é mais ousado, aquele que se arrisca ao novo ou quem opta pelo tradicional?
Ao se tratar de cozinha, vejo esta com uma questão sem respostas, onde na verdade não devem haver respostas. O que seria do mundo se todos se apegassem a falta de novidades, ou então, não aceitassem as culinárias clássicas, em seus pratos emblemáticos. É um ponto de bom senso, de opção, de gosto.
Meu questionamento surge pelo simples fato de achar que vender um espaguete à bolonhesa ou um bife à parmegiana seja tão ousado quanto uma comida tecnoemocional, cheia de espumas e esferificações. Se é um prato tradicional, que o cliente já comeu várias vezes, ele vai querer o melhor. Isto se ele ainda não for mais exigente e não permitir nenhuma diferença desta receita para a que sua avó italiana fazia às quintas feiras.
Claro que caviar de melão e sorvete de ovos mexidos com bacon, não é para qualquer chef e, muito menos um prato para todo dia. Também, não estou aqui para falar para os self-services servirem espuminha de feijão branco. É uma questão do chef imprimir sua personalidade nos pratos e proporcionar uma experiência única, seja ela através de um inesquecível pudim de leite condensado ou uma entrada feita com técnicas ultra modernas. O que não vale é assentar na cadeira do conformismo e reclamar da "onda molecular" ou não abrir um sorriso diante novas sensações de "deja-vú".
Em meio a tantos ousados, quem ganha somos nós. É deste "atrevimento" que surgem novas idéias. Ousadia é como fazer um couver de um grande clássico do rock: O resultado pode ser gritante, assim como Edson Cordeiro cantando Satisfacion, ou uma surpresa confortante, como fez Joe Cocker em With a Little Help From My Friends.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Para fugir do frio

Nada melhor do que esse clima frio que vem acolhendo Belo Horizonte recentemente. É este o sinal de largada para a temporada dos vinhos encorpados, fondués e todos aqueles pratos confortantes, que esperaram ansiosamente para reaparecer. Reconheço que a cidade fica encantadora e elegante, mas aqui vai uma dica: Nos arredores da capital, onde o frio é ainda mais intenso, existem excelentes e charmosos restaurantes, dispostos a dependurar nossos casacos.

Três sugestões:


La Victoria: Um casarão acolhedor, de pé direito alto e móveis em madeira de demolição. O restaurante, divido em três ambientes, conta com aquecedores e um belo jardim de inverno. As especialidades ficam por conta dos belos cortes de carne vindos diretos da parilla, como a picanha em tiras e as costeletas de cordeiro uruguaias. Outra excelente opção é o bacalhau oferecido pela casa, servido em posta alta, guarnecido com cebolas, azeitonas e batatas ao murro.


Rua Hudson, 675, Jardim Canadá. Nova Lima - MG. Tel.: (31) 3581.3200
Terça a sexta-feira das 19h à 1h30m; Sábado das 12h à 1h30m; Domingo das 12h às 19h.


Foto: Divulgacão
Passaggio: Em meio a mata nativa, encontra-se este lindo restaurante comandado pela Chef Luciana Couto Leite. O ambiente une uma decoração de bom gosto com a tranquilidade da região. No menu, risottos e massas clássicas da culinária italiana, além de reinterpretações da Chef, como uma deliciosa entrada de frito misto (camarões, lulas e abobrinhas) e um fantástico risotto de coelho com tomilho. Para a sobremesa o clássico: Banana flambada com caramelo e sorvete de creme.

Rua Seis de Outubro, 1987 - Estrada da Cachoeira. Macacos (São Sebastião das Águas Claras) - MG.
Tel.: (31) 3547.7467
Quinta e sexta-feira, das 19h à 0h; Sábado das 12h à 0h; Domingo das 12h às 19h.


Foto: Paulo Correia
DiVino: Restaurante charmoso, agradável e receptivo. Fica a critério do cliente escolher entre os três salões do primeiro piso, ou sentar-se no andar superior. É possível estar ao lado da lareira e pedir deliciosas opções do menu, como: Bruschetta italiana, Filet ao molho de chocolate com capellini e o Petit gateau DiVino. Uma ótima opção!

Quinta Avenida, 144 - loja 6, Vale do Sol. 
Nova Lima - MG. Tel.: (31) 3541.4272.
Quarta a sábado, das 19h30m à 0h30m; Domingo das 12h30m às 16h30m.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Top 50

Recentemente foi divulgada a lista dos 50 melhores restaurantes do mundo, na publicação anual da revista britânica Restaurant, que conta com o apoio da S. Pellegrino.
Este ranking já virou uma referência internacional, onde mais de 800 jurados, espalhados pelos quatro cantos, distribuem suas notas.
No resultado nenhuma grande surpresa, o Noma de René Redzepi no topo do pódio, três espanhois no top 10 (agora sem a companhia do El Bulli), sete franceses e seis italianos entre os 50 primeiros.
A alegria para nós brasileiros, fica por conta do D.O.M, de Alex Atala, subindo onze posições e conquistando o sétimo lugar. Além dele, outros dois paulistas no Top 100: Fasano em 59° e o Maní, de Helena Rizzo e Daniel Redondo, em 74°. Fica aqui a satisfação por estas três grandes cozinhas e o desejo de vê-las, em colocações ainda mais altas, quem sabe na companhia de outros tupiniquins.

O Top 10:

1 - Noma (Dinamarca) 
2 - El Celler de Can Roca (Espanha) 
3 - Mugaritz (Espanha) 
4 - Osteria Francescana (Itália) 
5 - The Fat Duck (Reino Unido) 
6 - Alinea (EUA) 
7 - D.O.M. (Brasil) 
8 - Arzak - (Espanha) 
9 - Le Chateaubriand (França) 
10 - Per Se (EUA)

No site da competição é possível visualizar a lista completa e também fazer sua reserva de compra para uma ou mais publicações (£15.70 para o Brasil). 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre a tal rima




Pelo menos uma vez, você já escutou o dito popular da capital mineira: "Quem não tem mar vai para o bar". Realmente, é super interessante, mas quer saber... Discordo! 
Por mais que a região da Pampulha abrigasse as areias mais finas e brancas, fosse banhada por um mar cristalino, digno de deixar qualquer praia caribenha no chinelo, não acho que trocaríamos nossos fantásticos e numerosos bares por causa dos encantos de Iemanjá. Já é uma questão cultural, incorporada em nossos passos do dia-a-dia. Se você quer encontrar mineiro torrando ao sol, basta ir a Cabo Frio ou Guaraparí - lá eles se sentem em casa. Mas, se você procura por um belo horizontino, fazendo o que realmente gosta, te dou cerca de 12 mil lugares para encontrá-lo. 
Estamos falando da maior relação de bares por habitante do mundo, e não é só uma questão de números, tem qualidade nisto também. Que nossa culinária é riquíssima, regada por ingredientes regionais incríveis e temperos característicos, todo mundo já sabe, mas isto está refletido em todas aquelas porções e petiscos, que alimentam nosso bom bate-papo e fazem companhia para uma cerveja gelada. Se opção não falta, qualidade muito menos.
E acreditem, temos até o nosso próprio concurso de Surf! O genial "Comida di Buteco", que divulga o que a cidade tem de melhor. Da gosto de ver todos os nossos "atletas" fazendo com alegria o que realmente gostam. Definitivamente, nossa praia é outra!

Três sugestões para estender essa conversa:

Foto: Milton Campos

Köbes: Uma experiência inesquecível para qualquer botequeiro. Você pode encontrar no cardápio carnes como javali, perdiz, codorna, coelho e rã, além do carro chef: um pato ao arroz mole (sob encomenda). Para os mais tradicionais fica uma deliciosa sugestão de tira-gosto: A linguiça de pernil aberta, coberta com queijo e cebola ao shoyu. Para acompanhar os vários petiscos e pratos, mais de 250 opções de cachaça, além da boa cerveja gelada. Imperdível. 



Rua Professor Raimundo Nonato, 31-A - Horto. Belo Horizonte - MG. Tel.: (31) 3467.6661. 
De terça a sexta-feira, das 18h à 0h; Sábado das 12 à 0h; Domingo e feriados das 12h às 17h.


Foto: Divulgação
Boi Prudente: O bar não abre mão da cerveja gelada e um atendimento pontual. Da churrasqueira saem várias opções de espetos, de diversos tamanhos, sempre acompanhados de farofa e vinagrete, e em alguns casos mandioca cozida na manteiga de garrafa, também. Como sugestão, o brochete de boi, servido ao ponto, com cebola, bacon e pimentão.

Avenida Prudente de Morais, 1174, Cidade Jardim. Belo Horizonte - MG. Tel.: (31) 3296.1326.
Segunda feira, das 17h à 0h; Terça a sexta-feira das 17h às 02h; Sábado das 11h às 02h; Domingo, das 11h à 0h. 


Bar do Antônio (Pé de cana): Já é um ponto tradicional na cidade com mais de 40 anos. Sente em uma das mesas da calçada e peça alguns petiscos e vários chopes. Fica a sugestão da panceta pururucada, recheada com linguiça, servida com uma deliciosa salada de batatas.

Rua Flórida, 15, Sion. Belo Horizonte - MG.
Tel.: (31) 3221.2099. 
De segunda a sábado, das 11h à 01h; Domingo das 11h às19h.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Primeiro Post


Quem sabe, o "primeiro de muitos". Vou aproveitar o clima de estréia para tentar explicar o porque disto tudo.
Já não sei mais descrever qual é a minha relação com a gastronomia. Se sou um admirador, um fã de carteirinha ou um amante, mas, com certeza, não é um hobby. Hobby é quando um cardiologista, que trabalha 60 horas por semana, resolve aprender esgrima, origami ou ocupa as horas vagas fazendo a árvore genealógica da família. Curso de dança do ventre pode ser um hobby, gastronomia para muitas pessoas (de bom gosto) também é. Mas, não acho que seja o meu caso.
Gosto de me classificar como inquieto ou curioso, boa parte do meu tempo, leio, pesquiso, escrevo, estudo e "respiro" cozinha. Vejo um prato em branco como um espaço para mil idéias, refém e indefeso diante dos criativos. Valorizo muito este ingrediente: a tal da "criatividade". A vejo como fundamental para a cozinha, devendo estar presente em qualquer cardápio, independente da estação.
Portanto, a proposta deste blog não é fazer uma crítica aos cardiologistas (afinal são eles que farão um balanço futuro de quanta manteiga eu comi ao longo da vida). Mas sim, abrir um espaço para sugestões, idéias, dicas, recomendações e qualquer aspecto que reflita a gastronomia e mereça destaque. É juntar a fome com a vontade de escrever, aprender a valorizar, também, um prato em branco que pode ser o começo de uma grande idéia.