A música, a dança, a pintura, a escultura, o teatro e a literatura, representam respectivamente o som, o movimento, a cor, o volume, a representação e a palavra. Por sua vez, o cinema é o conjunto de todas, onde formam o que conhecemos como o "Manifesto das Sete artes". Mas já tem gente querendo aumentar a lista, tentando acrescentar, também, a fotografia, as histórias em quadrinhos, a arte digital e os jogos de computação. Perante isto, até parece que eu não iria incluir a gastronomia na jogada também.
Vejo a arte como uma manifestação, uma percepção, uma idéia, um conjunto de emoções ou simplesmente algo sujeito a interpretações, capaz de envolver os sentidos humanos. Isso nada mais é que gastronomia! Um prato em branco é uma tela em branco e o chef, pode sim ser um artista! Devemos enxergar cada colherada como uma pincelada certeira, que deve estar em harmonia com as demais. É importante saber escolher bem as cores, as formas e os traços - tudo na medida certa. Às vezes, é fundamental a elaboração de vários rascunhos para se chegar a uma obra prima. Quando isto acontece, você vai ser seduzido do início ao fim.
Alain Ducasse nada mais é que um gênio do romantismo; Ferran Adrià um surrealista - espécie de Dalí da gastronomia; Thomas Keller um expressionista de primeira; Heston Blumenthal é pura Pop Art; Alex Atala, é o responsável por reinventar o barroco e o rococó brasileiro. Temos, também, a riqueza dos artistas de rua, que encantam a todos com os seus quitutes únicos; a galeria de arte, popularmente chamada de "mercado central"; os "restaurantes museus", que expõem a glória de duas décadas na parede, recebendo visitas esporádicas no último domingo do mês. Claro que existe muita coisa abstrata por aí, o que não deixa de ter seu valor. Afinal, como dizia o rock, "They don't know what you're doing. Babe, it must be art.".
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